A estação dos sentidos

Claude Monet - A Primavera (1886)
Claude Monet – A Primavera (1886)

 

É chegada a primavera, época do ano em que floresce a esperança, depois de vencido o inverno. Quão formosa esta conjuntura que dignifica as flores, onde até mesmo em nossas cidades cinzentas a visão humana consegue perceber uma centelha da estação, que através de vigorosas plantas que enfrentam o betume e a fumaça, ainda consagram a chegada do calor oferecendo-lhe as cores. Oh seja bem vinda primavera! Que possamos no seu ímpeto redescobrir nossos sentidos que tanto deixamos de usar.

Admirável estação, que o vento que traz o pólen e leva os pássaros nos empurre para fora de nossas ‘grades’, para que saibamos laborar apenas o necessário e desfrutar inteiramente o significado do adjetivo ‘caloroso’ que fizeste surgir. “Bendito aqueles que nunca leem jornais”, diz Thoreau, “pois verão a natureza e, através dela, Deus.” Que sandice alguns docentes estimularem o culto desenfreado à informação, mal sabem onde está o conhecimento que leva à sabedoria. Sejamos gratos às manhãs e tardes primaveris, e às noites convidativas ao luar. “Não somos como aqueles que chegam a formar pensamentos senão no meio de livros,” conforme Nietzsche “o nosso hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando (…).”

Oh! Eternidade que se faz presente, como são belas as pessoas que fazem desse mundo o seu céu, consagrando o bem viver; colocam o trabalho no seu devido lugar, podendo regozijarem com suas famílias e amigos o que a natureza os oferece. Possamos nesta primavera encontrar essa virtude.

Gustavo Góes

Uma resposta para “A estação dos sentidos”.

  1. Avatar de Daniela
    Daniela

    “pois verão a natureza e, através dela Deus.” ai esta o princípio de retirar-se para sentir o vento, escutar os pássaros, a sensibilidade é tão pouca hoje para perceber a Deus, que ainda tantos teêm coragem de questinar se existe Deus diante da realidade do mundo, sem ter a consciência de que o mundo por Deus foi criado perfeito e as imperfeições de hoje os que questinam criaram, e vivem frustrados incapazes de olhar pela janela, ou sentir a natureza que esta viva fora se seus cômodos arcondicionados…

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Isto sabemos, todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família…


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Textos de Gustavo Góes e Gustavo Garcia Sanches